O romance “O hóspede de Job”, de José Cardoso Pires - cuja capa de primeira edição se reproduz ( Dezembro de 1963), bem como um autógrafo do Autor -, é já um notável exemplo de força narrativa. Abrindo com um lugar clássico (uma estação de caminhos de ferro e suas derivas), em breve surgem em primeiro plano figuras sofredoras e espezinhadas. É contra o poder discricionário dos poderes que este ciclo épico se levanta: afinal, a metáfora do regime aí está, lustral. (Re) Chegados à sua “ilha” (Cimadas), Aníbal e João Portela, cumprida a expiação da descida aos infernos, não obstante os estilhaços e as misérias arrostadas, estão ainda prontos para a maravilha e para o fulgor de esperança, mesmo que o segundo, coxo por vontade do exército e dos seus “científicos”exercícios, venha a ser “hóspede” em casa “de Job”.
Relembre-se ainda o importante e explicativo posfácio de Cardoso Pires, datado de Novembro de 1963.
Relembre-se ainda o importante e explicativo posfácio de Cardoso Pires, datado de Novembro de 1963.
1 comment:
A pergunta que fiz quando acabei este romance foi: Como é que a PIDE autorizou a publicação da obra.
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