Sunday, October 05, 2008

"o outro que era eu" de Ruben A.


Com capa de Ângelo, esta estimulante e valiosíssima novela de Ruben A. aparece a público, segundo a informação do rosto, em 1966, sob chancela da lisboeta Livraria Portugal. Mas o certo é que a dedicatória autoral prova que o livro estava pronto em finais de 1965.

Tuesday, September 30, 2008

"Vae Victoribus! - Anathema á Inglaterra" (1890) de Manuel Duarte de Almeida (1844-1914)



Conhecido também pelo celebérrimo e sensorialista soneto "Aromatografia", Manuel Duarte de Almeida reagiu também (como outros artistas) ao Ultimato Inglês, com o poema panfletário em imagem.


Monday, September 15, 2008

"Iemanjá" de António de Sèves Alves Martins




Filho do poeta António Alves Martins e sobrinho-neto de D. António Alves Martins, polémico e célebre Bispo de Viseu, bem como neto de Júlio Martins, explicador de Aquilino Ribeiro na cidade de Viseu, António de Sèves Alves Martins traz-nos, com as novelas de Iemanjá, uma ambiência adveniente dos cinco anos passados no Brasil. Sem que tal fragilize o conjunto, é um admonitório Rodrigo Emílio quem defende que todos os títulos da colectânea são dignos de "figurarem no mais exigente conspecto antológico da ficção contemporânea."


Thursday, September 11, 2008

"Em louvor de Santa Clara", colectânea organizada por Armindo Augusto


Colaborada por figuras gradas da cultura portuguesa - Afonso Duarte, Alberto de Monsaraz, Alberto de Serpa, Aquilino, Régio, Nemésio, António de Sousa, Cecília Meireles, Fausto José, Manuel Bandeira e tantas outras -, esta colectânea prova que há interesses que movem montanhas. Como se infere pela dedicatória, Armindo Augusto não esquece o impulso dado por Alberto de Serpa a esta grandiosa homenagem em louvor de Santa Clara.

Wednesday, September 10, 2008

"Portugal Pequenino" de Maria Angelina e Raul Brandão



Concluído na Nespereira, em Outubro de 1929, este Portugal pequenino de Maria Angelina e Raul Brandão foi impresso aos 22 dias do mês de Fevereiro de 1930, na tipografia da Seara Nova. Esta incursão brandoniana pelo mundo infanto-juvenil, não obstante a parceria, é um feliz encontro com um grande mestre da literatura portuguesa estranhamente deslembrado. “Para os filhos dos outros”, dirão os autores, em terna dedicatória.
A capa da 1ª edição apresentada é de Alberto de Sousa, os desenhos interiores de Carlos Carneiro e as aguarelas de Lisboa e Porto de Tagarro e Carlos Carneiro. A dedicatória de Raul Brandão é dirigida a Carlos Parreira, intelectual de indiscutível valor.

Sunday, August 31, 2008

"Casa da Malta" de Fernando Namora

capa de victor palla reproduzindo a da 1ª edição (coimbra, 1945). 5ª edição com um prefácio do autor sobre a situação deste livro no neo-realismo.
retrato do autor por Lima de Freitas (1961).





Thursday, August 14, 2008

"Eléctrico" de José Gomes Ferreira



Reproduz-se a capa, de 2ª edição, do cultuado livro de José Gomes Ferreira Eléctrico. Com um desenho de Bernardo Marques, a obra fascina, passados que estão mais de cinquenta anos.

Tuesday, August 12, 2008

"Sangue na madrugada" de Rogério de Freitas


Rogério de Freitas é mais um caso de esquecimento literário. E o espanto é tanto maior quanto mais se sabe que nele existe uma qualidade ingénita, fruto da leitura e do acto hermenêutico.
A cópia reproduz uma capa de V. Palla e mostra a forma primeva do produto literário. Como um enigma, este objecto aparece-nos "como um apelo ou uma revelação". Poderia alguém desejar mais?

Saturday, August 09, 2008

"Horas, minutos, segundos..." (Contos e memórias), de Acúrcio Pereira




Este livro de contos e memórias foi publicado pela Livraria Portugália, na década de quarenta do século XX, e possui uma bonita ilustração de capa da autoria de Manuel Lapa. Acúrcio Pereira (1891-1978) foi, para além de contista, memorialista, tradutor e cronista, um grande vulto do jornalismo português e secretário de António Santos, um famoso empresário do Coliseu dos Recreios.
A dedicatória, dirigida a João Rosa, assinala uma data, que é a da publicação do livro.


Friday, August 08, 2008

"O hóspede de Job" de José Cardoso Pires


O romance “O hóspede de Job”, de José Cardoso Pires - cuja capa de primeira edição se reproduz ( Dezembro de 1963), bem como um autógrafo do Autor -, é já um notável exemplo de força narrativa. Abrindo com um lugar clássico (uma estação de caminhos de ferro e suas derivas), em breve surgem em primeiro plano figuras sofredoras e espezinhadas. É contra o poder discricionário dos poderes que este ciclo épico se levanta: afinal, a metáfora do regime aí está, lustral. (Re) Chegados à sua “ilha” (Cimadas), Aníbal e João Portela, cumprida a expiação da descida aos infernos, não obstante os estilhaços e as misérias arrostadas, estão ainda prontos para a maravilha e para o fulgor de esperança, mesmo que o segundo, coxo por vontade do exército e dos seus “científicos”exercícios, venha a ser “hóspede” em casa “de Job”.
Relembre-se ainda o importante e explicativo posfácio de Cardoso Pires, datado de Novembro de 1963.

Monday, January 21, 2008

"O meu sentir": o primeiro livro de versos de Maria Ondina (Braga)


O meu sentir é o primeiro livro de versos de Maria Ondina (Braga) e, diga-se, é o primeiro livro impresso da Autora. Publicada em Braga, esta colectânea poética, saída das Oficinas Gráficas da Livraria Cruz, anuncia um trajecto luminoso que os escassos 17 anos da escritora apenas prometiam. Vindo a lume em edição de autor, este O meu sentir aparece com dedicatória à boa amiga Maria José, "antiga colega nas lides de Liceu", e contém ilustrações de Virgílio.
Do fulgor primicial destaco, entre tantas possibilidades, o último terceto do soneto "Confissão", que parece emblematizar o percurso enxuto da artista portuguesa:
"E passo sem ninguém me conhecer,
Exultando cá dentro de prazer,
O prazer agridoce... de ser só!"
Quem vem conhecer Maria Ondina Braga?